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07/05/2024

Dados divulgados pela FGV revelam avanço na digitalização na construção civil

O setor da construção civil no Brasil começa a desenhar um novo cenário, com a crescente adoção do Building Information Modeling (BIM). De acordo com dados recentes levantados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a parcela de empresas que utilizam essa ferramenta de digitalização atingiu 20,6%, em março de 2024, em comparação a apenas 9,2% registrados em março de 2018. Esse aumento percentual revela um movimento de modernização e otimização dos processos no setor.

O BIM, que representa uma revolução na forma como os projetos de construção são executados e gerenciados, integra todas as etapas do ciclo de vida de uma edificação, desde o planejamento até a manutenção pós-obra. Essa integração contribui para a redução de erros, custos e resíduos, além de proporcionar ganhos expressivos de produtividade. Os dados da Sondagem da Construção realizada em março de 2024 mostram que a análise de projetos é a fase com maior uso do BIM, seguida por orçamento e planejamento. 

Entretanto, a implementação do BIM demanda investimentos altos em software e capacitação de pessoal, o que requer uma mudança de mentalidade por parte dos gestores do setor. Esse obstáculo, aliado ao desconhecimento, à falta de mão de obra qualificada e à incerteza quanto à demanda futura, tem sido um desafio para a disseminação mais ampla da tecnologia. 

Para incentivar a adoção do BIM, iniciativas do setor público e do privado têm sido fundamentais. Exemplo disso foi o surgimento do BIM Fórum Brasil, em 2020, por iniciativa de especialistas que participaram da elaboração da Estratégia BIM BR, que se consolidou como uma entidade multissetorial relevante para o avanço do uso do BIM no país. Esse  esforço conjunto para promover a digitalização na construção inclui o projeto Construa Brasil, promovido pelo Governo Federal, que tem desempenhado um papel importante na capacitação e na divulgação da tecnologia, visando a sua ampla utilização no país.

Apesar dos desafios ainda existentes, o aumento progressivo do uso do BIM reflete os efeitos positivos dessas iniciativas. Ainda assim, para uma disseminação mais ampla e efetiva, é necessário um comprometimento contínuo tanto do setor público quanto do privado, além de um investimento constante em capacitação e formação de profissionais.

Em um cenário de transformações e avanços tecnológicos, a digitalização na construção se apresenta não apenas como uma tendência, mas como uma necessidade para a competitividade e sustentabilidade do setor. O caminho para uma construção mais eficiente e inovadora passa, inevitavelmente, pelo uso ampliado do BIM.

Fonte: FGV

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